quinta-feira, agosto 31, 2006

Grito



Apetece-me gritar bem alto, como quando não exteriorizo o meu orgasmo mais primário. A tensão acumula-se no meu corpo e sinto que já não aguento muito mais este nosso jogo de sedução perigoso. Esta urgência salta-me aos olhos quando estes se encontram com os teus e tu não o vês.
Apetece-me gritar: TOCA-ME! Deixas-me rouca de exaustão neste toca-e-foge. Quero que me agarres com toda a tua firmeza, me encostes à parede, me semi-dispes e me possuas à bruta até eu gritar bem alto. Peço-te, encarecidamente, que o faças sem cerimónias, até eu gritar e soltar toda a tensão acumulada nestes anos.

terça-feira, agosto 29, 2006

Arca de memórias II


Muitas aventuras tivemos em parques de campismo, somente os dois, por aí, quando o dinheiro escasseava no bolso. O nosso maior desafio era fazer amor por entre famílias completas, separadas de nós por um tecido fino de lona. A situação de perigo eminente era-nos afrodisíaca e deixava-nos num estado de insaciedade diária. Lá longe, o choro do pesadelo duma criança, o riso camuflado de adolescentes, um ronco masculino, passos que deslocavam terras em nosso redor.. eram os sons testemunhos da nossa paixão desenfreada. Dedos que deslizam pelo atrito da pele, beijos perdidos no escuro da noite, gemidos estonteantes abafados, a tua boca no meu sexo. Lavavas-me à loucura com a tua língua desnorteada, húmida de desejo desenfreado. Olhos fechados, concentração total no emudecimento. Penetravas-me, quando menos esperava, de uma estucada só, que me fez dar um espasmo. O orgasmo proibido obriga-nos a repetir sensações perdidas.
Verões quentes inesquecíveis.

domingo, agosto 27, 2006

Flor sem cheiro



Vejo nos teus olhos que com ela não ficas bem.
Ela pode ser exótica, meiga, querida, mas não te dá aquele fervilhar miudinho que te estala as veias, te faz engolir em seco e provoca aquele calafrio, que eu sinto que te provoco. Precisas da adrenalina que te injecto durante o grito do orgasmo solitário. Preciso da tua voz que me alimenta o sono tranquilo. Precisas do alimento que te dou com amor. Preciso do teu colo enquanto em levas para o nosso ninho. Precisamos do encaixe tão desejado dos nossos corpos. Precisamos um do outro.
Ela é flor sem cheiro. Eu tenho o perfume quente da nossa paixão impossível.
Esse brilho no olhar denuncia-te quando me fitas… não me engana.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Pés de bailarina


Qualquer dia surripio a chave suplente de tua casa, que está na caixinha no hall de entrada. Usá-la-ei quando menos esperares. Entrarei de mansinho, nas pontas dos pés, como uma bailarina em palco. A caminho do teu quarto vou plantando, ao ritmo dos meus passos, cada peça da roupa que me cobre o corpo. Sei que estarás de costas, a trabalhar no computador. Só sentirás o sabor da minha respiração, quando me aproximar do teu ouvido. Lamberei a tua orelha com a humidade e pressão certa, como sei que ficas louco. Passarei uma perna sobre ti e faço deslizar a cadeira de rodinhas, ficando sentada bem colada ao teu peito. Nesse dia, ficarás por minha conta. Gosto de te interromper o trabalho, de te desconcentrar e relaxar de todas as tensões acumuladas. Enquanto te beijo profundamente, as minhas mãos irão descendo até arrepiar cada pêlo teu; desapertarei o cinto e lentamente cada botão, fazendo roçar o tecido grosso da ganga, no tecido fino do boxer. Meterei a mão e massajarei os músculos duros; gemes e beijas-me desenfreadamente. Descerei e com a boca, libertar-te-ei dos tecidos que te apertam cada vez mais. Abocanho o teu pénis com gosto, lambo-o com prazer, mordo-o com carinho. Agarras-me os cabelos e pedes mais… e mais. Antes que atinjas o orgasmo, saltarei para o teu colo e farei com que te encaixes todo em mim. Balançar-me-ei ao sabor da nossa paixão até que suspendas a respiração e, em uníssono comigo, soltes a tensão de um dia de trabalho.

terça-feira, agosto 22, 2006

Sofreguidão


Costumas dizer que sou sofrega na cama, quando estou louca de desejo por ti. Sei o gozo que te dá fazer-me sofrer, na ânsia de te ter dentro de mim. Tomas o controlo da nossa luta, prolongando ao máximo as carícias que me deixam em brasa. Tacteias a fonte do meu prazer e alternas com a humidade da tua boca. Estremeço violentamente; peço que páres. Ignoras o meu pedido e brincas com as minhas súplicas. Adoras sentir com a tua língua de veludo as minhas contracções musculares quando atinjo a loucura.

Arca de memórias I


No sossego da nossa noite de descanso, por vezes sinto um leve roçar do teu pénis na minha nádega, por de baixo do algodão fino do teu boxer. Quando o sinto duro, é impossível deixar passar despercebido e abandono lentamente o meu sono. Sei que não é um mero toque inocente, é um toque para o despertar do meu desejo adormecido. Sinto o fogo lamber-me a pele à medida que a tua mão faz o trajecto, em linha direita, desde o meu joelho até ao meu seio direito, respeitando cada curva do meu corpo. Saboreio o teu gesto ondulante e a minha boca procura a tua.. sem sucesso algum. Esta já se encontra a caminho do meu sexo e abro as pernas como que por instinto. A tua língua brinca com as pregas da minha pele carnuda e bebe a seiva morna que me escorre do interior.

Arca de memórias


Vasculho na arca das minhas memórias todos os nossos momentos bons. Com um brilhos nos olhos, entusiasmo-me como uma criança que fica indecisa perante um monte de brinquedos apelativos. Revivo, agora, as loucuras só nossas, embriagadas pela nossa intensa paixão.

Música nossa



Tocas-me como quando passeias pelas teclas do piano, à procura da melhor melodia para a composição do nosso amor.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Ânsia do teu toque


Lá longe, ouço a tua voz profunda e sinto-a penetrar cada poro da minha pele, dissolve-se no meu sangue e arrepia-me em cada vértebra. Provocas-me incessantemente e um nervoso miúdinho consome-me aos poucos, na esperança de um dia voltar a sentir a tua pele na minha.
Sonhamos acordados em concretizar as fantasias que vamos confessando envergonhadamente e sem jeito um ao outro. Sonho em sentir o teu olhar entrar em mim e vasculhar cada canto do meu coração, derretendo a minha alma, aos poucos, em banho-maria com o calor que emanas. Sei que não resistirei e colar-me-ei como uma ventosa, com a minha pele fundida na tua, e farei tudo o que me implorares. Sabes que sim. Sabes que anseio sentir-te completamente dentro de mim para que, com o calor da nossa paixão, liberte toda a fragrância do aroma de jasmin que guardo, carinhosamente, só para ti.

domingo, agosto 20, 2006

À flor da pele


Porque sou mulher feminina e sensível, no cerne da juventude, e sinto intensamente tudo o que me aflora a pele, crio este espaço de emoções escritas e visuais.
Um espaço meu, criado para mim e para ti, que me les. Criado para reviver toques suaves outrora dados na minha pele, para reviver o que no presente sinto com mais intensidade, para reviver fantasias que me assaltam a alma em sonhos nocturnos ou diurnos.