Pés de bailarina
Qualquer dia surripio a chave suplente de tua casa, que está na caixinha no hall de entrada. Usá-la-ei quando menos esperares. Entrarei de mansinho, nas pontas dos pés, como uma bailarina em palco. A caminho do teu quarto vou plantando, ao ritmo dos meus passos, cada peça da roupa que me cobre o corpo. Sei que estarás de costas, a trabalhar no computador. Só sentirás o sabor da minha respiração, quando me aproximar do teu ouvido. Lamberei a tua orelha com a humidade e pressão certa, como sei que ficas louco. Passarei uma perna sobre ti e faço deslizar a cadeira de rodinhas, ficando sentada bem colada ao teu peito. Nesse dia, ficarás por minha conta. Gosto de te interromper o trabalho, de te desconcentrar e relaxar de todas as tensões acumuladas. Enquanto te beijo profundamente, as minhas mãos irão descendo até arrepiar cada pêlo teu; desapertarei o cinto e lentamente cada botão, fazendo roçar o tecido grosso da ganga, no tecido fino do boxer. Meterei a mão e massajarei os músculos duros; gemes e beijas-me desenfreadamente. Descerei e com a boca, libertar-te-ei dos tecidos que te apertam cada vez mais. Abocanho o teu pénis com gosto, lambo-o com prazer, mordo-o com carinho. Agarras-me os cabelos e pedes mais… e mais. Antes que atinjas o orgasmo, saltarei para o teu colo e farei com que te encaixes todo em mim. Balançar-me-ei ao sabor da nossa paixão até que suspendas a respiração e, em uníssono comigo, soltes a tensão de um dia de trabalho.
16 Comments:
No botão aberto da blusa antevejo o sinal do teu peito.
Não me apontes, com tamanha evidência, o caminho e
deixa-me escolher o meu percurso em ti!
Posso demorar-me numa volta do cabelo, no lóbulo da orelha, numa curva do ombro.
Mesmo que te pareça que é só mais uma vez
Não abandones, porém, esse teu véu de neblina
onde, devagar, me quero perder!
Jupiter:
.. devagarinho, pé ante pé, vou até ti.
Líseo:
Demora o tempo que quiseres..
Jasmin:
O fresco convite da pele do teu colo, as tuas mãos em concha no meu rosto,o latejar rubro do teu pescoço,a tua boca que a minha procura,os teus olhos em sobressalto, um som só sussurado que se liberta, a força inusitada que nos cinge e... tudo se passa, afinal, nos batimentos virtuais do teclado!
Liseo:
Mas são esses batimentos que me vão mantendo viva.
Jasmin:
O teclado é onde libertamos as palavras que vagueiam, indecisas, na nossa mente. É o desenho, delicadamente traçado, de fantasias ou de desejos.
Mas é destes batimentos virtuais que, certas vezes, parto para o concreto e real.
Liseo:
Estou a ver que tens uma arma poderosa: escrita sensível.
beijinhos aromáticos
A escrita é um prazer e a disciplina das emoções.
O jogo da busca do vocábulo que se aproxime mais do torvelinho que nos revolve a alma.
E, dar sentido poético ao erotismo é um exercício de relaxamento tão revigorante!... Por isso escrevo com gosto, neste Agosto em que descobri a flor da pele.
Ler alguns comentários é quase tão gratificante como ler os textos
Liseo:
Só neste Agosto é que descobri que podia brincar com as palavras à flor da pele.
beijo
eu:
são os comentários que me alimentam a libido para o próximo toque.
Obrigada a todos
Brincar com as palavras é "fantasiar", é alternativa ao medo de experimentar ou de não poder viver a realidade. Como eu gostaria de uma visita dessas.....
Prof. Charmoso said...
Tens de experimentar, como faz uma das minhas colegas de gabinete que mete a mão na rata por debaixo da secretária tem tampo á frente (eu sei que usa fio dental, pois em conversa já mo disse)e tenho a impressão que se masturba, e finge mexer com a outra mão no computador.
Registei o dia 23 d3 julho depois da vigilância de um exame em que fiquei com essa sensação...pois ficou ruborizada e saiu logo do gabinete. quando regressou, após pergunta da minha parte disse que tinha ido ao wc.
Só faz isto qundo não está mais ninguem no gaginete (que é partilhado por cinco colegas).
Para quem gosta de ligar discurso poético com erotismo, recomendo o livro "Nós, outros" de Casimiro de Brito e Teresa Salema, editado em 1979 pela Moraes editores, colecção Círculo de Prosa.
Eis um pedaço:"não fechas a torneira? Ardemos.
-e transbordamos.Quase não cabemos os dois.
-Vasa-se um pouco(...)
Gosto de sentir-te tocando-me, leve e fundo, por essa ponta, essa ponte(...)"
Santaro:
Não tenho medo de experimentar, muitas vezes falta-me é a oportunidade se experimentar!
beijo
Liseo:
Anotado o conselho! Parece ser bonito! ;)
beijinhos
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