sábado, outubro 28, 2006

Sonho




O meu Sonho realizou-se.

Esta manhã acordei atordoada com a falta de descanso e com a veracidade do que acontecera: não sabia se o tinha vivido mesmo ou se sonhara. Podia bem ter sido um sonho, como recentemente o escrevi. Mas não, foi real e os vincos do lençol na minha pele são prova disso.

Levanto-me com um sorriso nos lábios e com um forte desejo que este reencontro se prolongue.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Urgência



Chegas até mim com aquele sorriso que me derrete toda e que rasgam os teus olhos escuros. De mansinho beijas-me a face com beijos repenicados, plantando o teu amor em cada poro de pele. O calor gradual que se começa a sentir anuncia o nosso desejo que se dissolve no contacto dos nossos corpos. As minhas mãos envolvem o teu pescoço macio enquanto me beijas cada vez com mais vontade. As tuas mãos penetram por entre a roupa e puxam-me para mais perto de ti. Os meus seios invejam os meus lábios. Pressiono os meus órgãos contra os teus e reages com a urgência de te veres livre da minha camisola. Rapidamente desfaço-te do cinto e meto a mão por dentro das tuas calças. Acaricio-te e gemes com aquela expressão de olhos fechados e boca entreaberta que tanto acho sensual. Sorrio e aumento a pressão no teu membro bem rijo. Pedes-me em sussurro para te fazer ‘aquilo que tão bem sei fazer’. Não hesito em dar-te esse prazer e desço lentamente com a boca pela tua barriga peluda até chegar ao meu destino. Desembaraço-me da roupa e contemplo essa beleza que tanto nos dá prazer. Eu delicio-me com o teu sabor e tu com a minha boca.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Invasão


O que eu dava para, neste preciso momento, sentir-te entrar dentro de mim. Ver o teu olhar penetrar o meu e o lábio inferior levemente preso entre os teus dentes. Sentir aquela sensação de invasão, indescritível por palavras.
Só isto, nada mais.

sábado, outubro 14, 2006

Confusão

Dizes que estás confuso e precisas de reflectir sobre o nós. Tento perceber o que sentes e anuncias que gostas de mim, mas... há sempre um mas... Parece que gostas de mim mas não o suficiente para continuar. Na altura reagi, não percebi: se gostavas de mim, bastava. Mas não.. para ti não. Pergunto se há outra pessoa; não há outra.
Não sei que diga, não sei que faça. Meço as minhas palavras e os meus gestos cuidadosamente para não invadir o teu estado confuso. Os meus olhos inundam-se, sorrimos e abraço-te. Quero prender-te a mim eternamente mas não posso. Afasto-me de ti e dou uma volta, calmamente, pelo jardim, na esperança que a terra mãe me dê respostas. Acompanhas-me em silêncio. O silêncio é-te desconfortável e começas a contar este e outro episódio sobre casualidades, como se a conversa de há minutos não existisse. Colaboro com a tua conversa mas uma lágrima teimosa não me deixa abstrair-me do nós.
Paramos no alpendre da casa e encosto-me à grade. Contemplo as magníficas árvores centenárias. Suspiro. Aproximas-te e abraças-me por trás; olho o vazio e aconchego-me no teu pescoço. Não tarda a que a tua mão procure o volume do meu seio por cima da camisola que massajas delicadamente. O meu corpo reage mas mantenho-me firme. Sinto a tua respiração cada vez mais profunda e o teu sexo inchar. Viras-me e beijas-me com fervor, mas corto.
Quero-te muito, tal como tu me queres, mas não posso deixar transparecer. Se pudesse, empurrava-te contra a porta de vidro e prendia bem o teu sexo na minha mão. Desejo-te muito, tal como tu me desejas, mas não é altura. Fazia-te aquilo que tu mais gostas que eu te faça, mas sei que não seria isso que te traria de volta.
Concluo que apenas queres liberdade, não estar comprometido emocionalmente comigo nem com outrém. Queres satisfazer o desejo por mim que te transborda e ficar por aí. Eu quero mais que isso, muito mais.

sábado, outubro 07, 2006

Arca de memórias III



Algo que admirava em nós era a nossa paixão interminável, resistente à rotina dos anos que nos trespassavam. A nossa capacidade de amar mantendo uma sedução contínua, sempre com surpresas. Cada toque provocante fora do sitio, na hora errada e no local errado, chocando o mundo ao nosso passar. Ah, como sabia bem desafiar todas as regras e leis ditadas por ninguém!
O segredo do mantimento da chama estava aqui: gestos, mímica, risos, movimentos, olhares… um código só nosso. Mas, infelizmente, as relações não se alimentam só de paixão, amor e sexo. O velho cliché de ‘amor e cabana’ não resulta. Tudo acaba um dia.

domingo, outubro 01, 2006

Dança do ventre



Danço não para sedução mas para sentir toda a essência de ser mulher.
É o conjunto dos movimentos ondulantes e das acentuações do corpo que me faz soltar as vibrações mais internas, quase como que uma catarse de emoções femininas.
O pé nu em contacto com o chão faz a ligação à terra mãe, terra da fertilidade feminina.
Os movimentos internos do abdómen e da anca estimulam o centro da virtude do corpo feminino, aumentando assim o fluxo energético em toda a zona pélvica.
Os cabelos soltos esvoaçam como véus de cambraia suave ao sabor dos movimentos.
Sinto a música ritmada do som da precursão entrar em mim e sair em forma de sensações variadas.
É uma dança que vem de dentro para fora. Só quem dança com alma é que consegue libertar a sua essência mais profunda, de uma sensualidade muito individual e única.