
Dizes que estás confuso e precisas de reflectir sobre o nós. Tento perceber o que sentes e anuncias que gostas de mim, mas... há sempre um mas... Parece que gostas de mim mas não o suficiente para continuar. Na altura reagi, não percebi: se gostavas de mim, bastava. Mas não.. para ti não. Pergunto se há outra pessoa; não há outra.
Não sei que diga, não sei que faça. Meço as minhas palavras e os meus gestos cuidadosamente para não invadir o teu estado confuso. Os meus olhos inundam-se, sorrimos e abraço-te. Quero prender-te a mim eternamente mas não posso. Afasto-me de ti e dou uma volta, calmamente, pelo jardim, na esperança que a terra mãe me dê respostas. Acompanhas-me em silêncio. O silêncio é-te desconfortável e começas a contar este e outro episódio sobre casualidades, como se a conversa de há minutos não existisse. Colaboro com a tua conversa mas uma lágrima teimosa não me deixa abstrair-me do nós.
Paramos no alpendre da casa e encosto-me à grade. Contemplo as magníficas árvores centenárias. Suspiro. Aproximas-te e abraças-me por trás; olho o vazio e aconchego-me no teu pescoço. Não tarda a que a tua mão procure o volume do meu seio por cima da camisola que massajas delicadamente. O meu corpo reage mas mantenho-me firme. Sinto a tua respiração cada vez mais profunda e o teu sexo inchar. Viras-me e beijas-me com fervor, mas corto.
Quero-te muito, tal como tu me queres, mas não posso deixar transparecer. Se pudesse, empurrava-te contra a porta de vidro e prendia bem o teu sexo na minha mão. Desejo-te muito, tal como tu me desejas, mas não é altura. Fazia-te aquilo que tu mais gostas que eu te faça, mas sei que não seria isso que te traria de volta.
Concluo que apenas queres liberdade, não estar comprometido emocionalmente comigo nem com outrém. Queres satisfazer o desejo por mim que te transborda e ficar por aí. Eu quero mais que isso, muito mais.